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“Eu sempre gostei de mexer com máquinas. Desde criança já me interessava. Eu sabia desde o início que haveriam os contras, mas nunca abaixei a cabeça”. É com essa determinação, semelhante a um mantra, que a operadora de máquinas da Águas Guariroba, Joselaine Rodrigues de Camargo, a Josy, inicia a sua rotina no setor de operações da Central de Beneficiamento da concessionária.
Josy é responsável por operar veículos de grande porte como pás carregadeiras, retroescavadeiras e caminhões e é a primeira colaboradora da concessionária a atuar em uma área operacional até então formada apenas por homens. Ciente deste cenário, Josy sabe que representa uma quebra de tabu e uma mudança de visão que as empresas vem adotando no enfrentamento ao preconceito e à desigualdade.
“Eu acho que estou quebrando um tabu para questões como ‘a mulher não pode’ ou ‘a mulher não consegue’ e fico muito feliz por trazer essa representação. Confesso que não é fácil, desde a habilitação foi uma luta. Ouço histórias de mulheres que desistiram do sonho por conta do preconceito, e é realmente difícil, mas não podemos desistir. Existem diversas mulheres que hoje estão buscando capacitação, se especializando e estão cada vez mais procurando o seu lugar no mercado de trabalho” diz.
“Já houve situações em que me disseram para procurar outra área ou que não era serviço para mulher. Eu não abaixava a cabeça. Sempre tive o sonho de trabalhar com máquinas pesadas e tinha consciência que enfrentaria situações desse tipo”, recorda Josy, ao lembrar como foi enfrentar a resistência de funcionários homens nos primeiros empregos.
Para Josy, o trabalho realizado pela concessionária no desenvolvimento de programas no enfrentamento ao preconceito foram essenciais para esta nova realidade. O apoio de supervisores e dos colegas de trabalho também ajudaram Josy desde o início e hoje são um incentivo para o crescimento profissional. “A Águas Guariroba tem uma visão de enfrentamento ao preconceito e me acolheu desde o início. É uma experiência nova. Sou grata a toda a equipe que me acompanhou e se propôs a me ajudar”, destaca.
Um dos maiores presentes está no reconhecimento recebido até mesmo nas ruas durante o trabalho. “É algo novo para mim. Já teve situações em que durante um atendimento na rua, algumas mulheres me chamaram para tirar fotos e elogiar o meu trabalho e a minha representação. Isso é algo gratificante e que me motiva muito”, diz Josy.
Para o supervisor de operações da Central de Beneficiamento, Agmar da Penha Lage, um dos responsáveis pela contratação de Josy, a concessionária busca cada vez mais ampliar a visão sobre a capacitação profissional, independente de gênero e enfrentando o preconceito. “O primeiro contato com a Josy foi através de uma empresa prestadora de serviços para a concessionária. A pro atividade apresentada por ela nos chamou a atenção. Quando surgiu a oportunidade de operação de máquinas, levei a sugestão para coordenadores e gerentes e logo a procuramos de imediato”, lembra Agmar. “Este é um passo para que possamos contratar mais colaboradores para uma área em que hoje temos muitas mulheres capacitadas. É importante para a empresa e destaca a visão em relação a capacitação do profissional”, ressalta o supervisor.